27.6.08

Conto de Fragmento




Já fugida de todas as loucuras
Procurei dimensionar minha alma para outro espaço
Via somente estrelas cadentes cortando o céu escuro
Pensei talvez que pudesse me agarrar em uma delas
Talvez fosse direto ao mar dos desejos e tivesse a possibilidade de realizá-los
Senti uma paz imensa ao não sentir tamanha monstruosidade humana
Estavam a me violentar brutalmente.
Impiedosos estavam todos encapuzados.
Meu corpo em frangalhos ainda estremecia
Brutos me castigavam pelo seu bel prazer do instinto de selvageria.
Era a podridão exalando pelos poros daqueles orifícios fétidos
Meu sangue escorria pela cabeça
Minha boca espumava...
Meu rosto totalmente desconfigurado.
De mãos atadas às costas a corda apertada fazia minhas veias saltar.
Depois de tanta surra e gozo,
Estavam todos eles rindo e fumando ópio
Regozijavam os vândalos da noite...
Quase como que num ultimo ímpeto
Já fraca e forcosamente consegui apertar o medalhão de estrela
O corpo e o chão embebidos de sangue, muito sangue.

Felizmente minha alma e me corpo se reencontraram
Eu entrei o mar dos desejos e todo o tintilar das estrelas.

.sopafria.


eu aqui - vc ai...

ambos de muleta.
ambos de cama.
ambos carentes.

ou não...

23.6.08

La Fin des Terres




Filo 2008.
Direção: Philippe Genty e Mary Underwood.

Minha interpretação do espetáculo...


AVANT --------
---------- APRESS. (sentidos opostos)

Flerte, busca e encontro.
Disputa de bagagens.
Ela o coloca na mala e o tranca, ele se debate.
Ele o espia, ele se consome e some.

A MALA

Habitat natural dos bonecos, habitat dos homens.
Os bonecos ganham vida!
Three, four, five - "look so fine"
… Are you gonna be my girl.
5 hommes. 2 femmes
Rout bag . blue trip.
Dança e entrosamento, excitação em evidencia – anaconda.
Pernas lançadas ao vento rodopiam lentamente.
A perna mecânica, o beijo desfigura a boneca.


A outra veste a máscara e rouba seu homem.
Homem e seu espírito de porco, a humanidade está perdida.
Pessoas e bonecos sem face, personalidade que inexiste.

Mãos que dividem que separam que impulsionam o corpo.
Formas que expandem e se comprimem.
O balé das bolhas azuis.
O violino chora melancólico
Eles estão separados pela dança da solidão...
Accordéon, ânsia, desejos e sutilezas.
Finalmente o encontro.

O Casulo

As nuvens se desfazem se dissolvem, se dissipam.
O vilarejo e os corpos invisíveis,
Formam montanhas e ápices, montes e relvas sombrias.
Homens e mulheres de cartola sustentam.
Igrejas, casinhas e casarões.
Velas eletrônicas se transformam em postes luminosos.

Rodopio do coração reluzente
Vestido branco que rodopia.
Ela se entrosa com o lar, agarra sua casinha.
Ela se encontra desestruturada outra vez.
Busca sua mala e ameaça outra vez se mudar.

Repousa sua falta de estrutura no solo
Com sofreguidão estica o tapete branco paz,
O tecido desenha caminhos,
Pontes que ligam seu encontro destemido.
Ela caminha sobre suas angustias
E descarta qualquer possibilidade de reatar.
Arranca seu tapete branco e o lança com agressão.
Joga fora todas as possibilidades inversas e imersas nas mãos dele.

O belo cântico do adeus...
A cidade naufraga no centro do universo.
Ela observa com olhar evasivo o redemoinho negro que engole seu vilarejo.
Agarra forte sua casa
E num súbito despertar deixa sua casa afundar.
Ela também esvai para o abismo.
Seu próprio abismo.

O Sol Vermelho.

O oriente.
Pianos torrenciais ampliam a sonoridade.
Danças sincronizadas.
Cartas que ameaçam, descartam qualquer intenção de desejo.
Todos cientes e ela posteriormente.
Ela ainda dormente e eles de luto...

O conteúdo arqueja moribundo.
Ele fede!
Eles rasgam as cartas e suas multiplas inverdades.
Restou apenas uma versão da fragmentada historia.
Ela escala montes e tenta nos pedaços encontrar a verdade.
Na bagunça tenta encontrar as palavras e o sentido.

O mar

O fonograma da freesia refracta.
Frestas revelam os índices de matérias contidas nas escritas.
Metáforas e partes desconjuntas.
Tubarões e seus dentes afiados ameaçam rasgar o passado.
O homem navio transporta caixas e mais caixas de flores
Contemplando o barco que ainda sustenta a cabeça ao mar.
A fresta se fecha.

O bloco se abre e revela
O degrade do amanhecer.
O branco, o rosa, o lilás e o roxo.

Toda a estória está explicita e escancarada.
Ele está abismado.
As folhas não param de crescer e ele se dissolve todo.

Sobra apenas uma resposta.

O Azul alvorecer




Outra proposta.
A ventania carrega todas as intermináveis escrituras líricas.
Tudo se move junto com o fantasmagórico vestido
Outra vez ela contente o veste
Acredita que será feliz novamente.

Ele se despede, ela está outra vez na dramática comédia da solidão.
Felicidade e nostalgia dançam juntos.
Batidas rítmicas encontram os diferentes sexos.
Eles negando sua sexualidade
Metaforizam o ideal de igualdade.

Ele se veste com o véu
Ela se vai com a mala
Fantasiosas realidades, sonhos reais, ou pesadelos imaginários.
A disputa do véu pela calça,
A briga do vestido pela mala.
Impasses intermináveis.

Todos de noiva...

A cegueira




Ela vendada explora suas percepções sonoras.
Seu novo guia novas marchas tropeçantes.
O Alien como um verme brota da terra.
O bicho de bjork.
O pesadelo Zoomorfismo – Antropomórfico.
Os medos e a segurança coexistem.

O cântico do violino ecoa selvageria
Grave e trágico grita
Ele decola vôo
Ela esta amedrontada.
Ele se impõe, enche o peito.
Ela não fraqueja, ela dança sua musica.

Ele insiste
Ela se rende outra vez...
Ele a domina ele a abomina,
Ele cuidadosamente prepara sua tocaia
Ela cai entorpecida esta em seu casulo.
Ela embolada na própria insanidade, se debate com sofreguidão.

O riso da loucura.

Sozinha e no casulo.
Ela se contorce com a própria desgraça.
Está atada nas distintas realidades.

As caixas se movem,
O relógio aponta o tempo.
A vacina é seu antídoto.
Ela oscila
Está entre a debilidade mental e sanidade de espírito.
A mão amiga oferece a tesoura.

O despertador alarma
É tempo de tirar as amarras.
Ela os desata risos transtornados...

Ele a observa todo tempo silenciosamente,
Ele repousa sentado na mala.
Ele carrega o pergaminho
Ele numa tranquilidade insuportável reflete sobre a demência dela.

Ela geme pela ultima vez,
Ele suspira aliviado.
Ela é arrastada.

Gigante em Tubos.

A carta se transforma em cones.
O cômico se apresenta
As cartilhas caminham no compasso eletrônico do teclado.
Ele em constante vigília caminha atentamente
As cartolas têm vida.
Elas espiam e se escondem inúmeras vezes.

Os pontinhos vermelhos luminosos dançantes,
São brasas que ameaçam a queima de conteúdo.
Essas também façanhas mal executadas que vão pro abismo.

Os gigantes encubados despedem-se e saem de orbita
O quinto elemento perde o rumo de casa
Tropeça extrambiques.
Depois de muitos passos errados, encontra seu portal
Some em meio à escuridão.

"Oui.Oui.Oui... "

As cortinas estão abertas para oFlashback
A valsa da união.
O lúdico e feliz casamento.
Mesmo entre tantas concordâncias
O encontro e o abraço são empecilhos da saudade.
O salto e o agarrar das vestes é fragilidade feminina.
Eles já não se toleravam.
Embutidos e as avessas estão de costas viradas
São estes os mecanismos de defesa.

Logo diante dos olhos alheios eles se transfiguram
Dois novos corpos sincronizados são luz e vavacidade.
Ele a persuade, ele se insinua,
O privado se insinua em instinto outra vez.
Os corpos entrelaçados exalam - sexo.
We, we ahhh...

A bolha e o individuo.






A água-viva mutante,
Ora esconderijo, ora mar, ora A-m-a-r.
Ele está só, ele e sua bolha suspensa.
Ele e suas batidas minimalistas
Ele e seu suspense, ele e sua carta.

A bolha se multiplica.
O violino revela um corpo nu feminino.
Ela toca a fragilidade silenciosa de seu interior.
Seu intimo estampado numa bolha azul, tem efeito sonoro de plástico.

As duas bolhas partilham do mesmo espaço.
Eles se tocam, tentam se explorar...
A plasticidade vibra no mesmo êxtase do casal.
Eles estão paralelamente separados
Pelo cego e absurdo individualismo.

Buenos Aires querido...




Ele de muleta, insiste em levar suas memórias.
Sai de sua cápsula
Ela esta sozinha sendo carregada.
Ele ensaia passos tristonhos.
Ela precavida se esconde e some outra vez as suas vistas.

A bolha decola partida e abandono.
Ela escapa de suas mãos.
Restam apenas os resquícios vermelhos
E a azul anis da à deixa do fim de tarde...

Philip Glass


O comprimido se expande outra vez.
Os corpos são empurrados e abarrotam-se todos.
O reencontro as cegas, recortes chapados de Lautrec.
A sina, e o balé das hastes efusivas.
O sumiço as camadas e o esconderijo
A aparição súbita e a tentativa de resgate.
Calor, frio, cores indecisas e mutantes.


Gaivotas no amanhecer
Vozes e suplicas ecoam amarguras marinhas.
Mãos que anseiam o novo apego
Mares turbulentos violentam a união.

Tempestades e choros de lamentações.
Representações mínimas de mentiras
Corpos invisíveis materializados
Debatem –se em alto mar.

AVANT para o novo abismo.

ELE... _ _ _ _ _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ _ _
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
ELA...
....................................... A MALA


Ele se cansa e atira a carta ao mar.
Ela o observa de longe.
Ele vai embora.

Ela nostálgica.
Embalada pelas mesmas notas antigas...
Segue em uma caminhada sem fim
Ela em busca do horizonte perdido.

Bandeira Branca

Solitária.
A carta sobreviveu a todos as tubulações.
Ela continua perturbando
Ela continuará dançando o som dos ventos.
Visível e invisível aos olhos humanos.

AVANT e APRESS por todas as direções.

18.6.08

DO.




O preparo.

Okashi wo doozo.

IMIN 100.








VENHA APRECIAR!

18. 22 de junho de 2008 - 10h às 24h.
Parque Governador Ney Braga - Londrina.




.Chanoyu.

A Cerimônia do Chá, (Chanoyu) é uma arte milenar que há séculos influencia a filosofia de vida dos japoneses, e cada vez mais tem ramificações e discípulos fora do país de origem. Há milhares de anos, após a descoberta da àrvore do chá na China, os emissários e bonzos japoneses introduziram o costume de beber o chá, por volta do séc. IX, na era Nara. No séc. XII , durante a dinastia Sung, o monge zen-budista Eisai levou a semente do chá da China ao Japão e a entregou ao bonzo Myoe Shonin de Togano, em Kyoto. Encontrando um solo fértil, foi possível cultivar e colher um chá de altíssima qualidade, favorecendo a expansão do hábito de produzir e tomar a bebida, popularizada entre os bonzos e samurais.
Já no séc. XIII, houve uma valorização das normas de preparar e beber chá, intimamente ligadas ao espírito Zen.
Na época do xogun Ashikaga Yoshimasa, surgiu o daisu no chanoyu – a cerimônia do chá em que os utensílios são dispostos em uma estante.
O Chanoyu foi idealizado e iniciado pelos mestres do chá murata shuko e takeno jo-o, sendo aprimorado no século XVI, por Sen no Rikyu que concebeu essa filosofia como um estilo de vida e instituiu o Chado - Caminho do Chá – como um meio de transformar a própria vida em uma obra de arte, e também como uma expressão cultural tipicamente japonesa.

A arte do chá passou a ser conhecida em todo o mundo no séc XIX após a publicação do livro The book of tea (o livro do chá ) de Okamura Tenshin, diretor do departamento de Belas Artes Orientais do Museu de Boston, nos Estados Unidos.
Nos dias atuais, o Chado é mundialmente conhecido e praticado nos Estados Unidos, China, e em vários paises da Europa e da América do Sul.

12.6.08

B E E T H O V E N



A arte é a transposição do feio em belo; do belo em feio; do belo em belo; do feio em feio. É exercício diário. É findo e infinito como o tempo, e toda a sua bagagem, como filosofia de vida.

... para toda vida ...



Uma experiência única e inexplicável!
Solamente os que tiveram a oportunidade de ver e enxergar
entendem o que estou dizendo!


Felicíssima por conseguir despachar O ENVELOPE PRETO.


Agradecimentos especiais:
¨
*Nishi-san
pelo registro da “Vagina de Chaplin” risos...

**Yuki – chan
ostra kara dete ishou ni subarashii moments wo desfruta dekitta!
Hontou ni onechan, daissuki!

***Mister Avansini merci.
De longe o mais fiel!

****Rockz agilazando mi vida 2x!

*****Ao FILO 40 anos e equipe!

******Gab em especial que propiciou grande parte da nossa trajetória,
meus sinceros agradecimentos!




L'Oratório D'Aurélia - 1º Ato
http://www.youtube.com/watch?v=ijOv5QoTfLY&eurl=http://www.orkut.com.br/FavoriteVideos.aspx?uid=7972620166519724221

7.6.08

L’Oratorio d’Aurélia

Ce sont beaucoup les mouvements dansants synchronisés avec la jolie musique, attentivement choisi pour faire rêver les spectateurs.
Une musique instrumental très bien fait, nous fait rentrer à la recherche et à la “prière d’Aurelia”.

On pourrait faire une analogie avec l’univers intime et particulier du l’oeuvre “Le fabuleux destin d’Amélie Poulain”, de Jean-Pierre Jeunet.
Dans un monde où l’image et la synchronie de gestes et toutes les métaphores présentés nous transportent du notre réalité quotidienne à un quotidien de fantaisie, mais avec beaucoup de vraissemblances qui font un type de liaison avec notre quotidien.

La beauté s’unit dans la danse, dans les langages d’ilusion, dans les jongleries du cirque, dans les effets de couleurs et textures du tissus et d’incomptables representations dans le temp du l’oeuvre.
Une histoire si fois racontée, présentée maintenaint d’une forme inusitée!
Mais cette histoire m’a touché, je dois vous dire, pour l’illusionisme magique des apparitions, ainsi comme pour les objets qui gagnent vie d’une forme singulier.
Et le spectacle a enchanté le publique en general dans tous ces détails.
Le quotidien est risible?

Oui, c’est magistral et magique le moyen utilisé pour faire les scènes, avec les gestes, les rendez-vous et les décalages, c’est possible de faire rire avec la simplicité quotidienne les plus pensifs, timides, tristes ou silencieux. Ce sont des éclats de rire inusitées.
Alors, si on ne sait pas de la génétique de l’actrice, on pourrait considérer cette ilusion une folie. Mais, c’est tout minutieusement pensé, projeté, discuté, étudié et testé!

Un travail de génie, comme ne pourrait pas laisser d’être.
Congratulations, et merci. Vous m’avez fait rêver pendant quelques instants, et ça, c’est magnifique!

Maria Clara Sanae Nishimura Galvão



Texto traduzido para a encantadora língua francesa de Aurélia Thierrée por Rafael Avansini.
Muita gentileza sua meu querido! Fico estonteantemente feliz e agradecida!
Meu reflexo e voz somente ecoaram pois você favoreceu tudo isso e foi além das minhas expectativas ! “et merci” !

6.6.08

L’Oratorio d’Aurélia



São muitos os movimentos dançantes sincronizados com uma belíssima trilha sonora, cuidadosamente montada para envolver o espectador.
Um instrumental bem elaborado insere-nos na busca e na “oração de Aurélia”.
Poderia se fazer uma analogia com o universo íntimo e particular, da obra
“Le fabuleux destin d'Amélie Poulain” de Jean-Pierre Jeunet.


Em um mundo em que a imagem e a sincronia dos gestos e todas as suas metáforas nos transportam do nosso real cotidiano, ao cotidiano fantasioso, porém cheio de verossimilhanças com o nosso dia-a-dia.
A beleza se une na dança, nas linguagens do ilusionismo, nos malabarismos de circo, nas nuances das cores e texturas dos tecidos, e de incontáveis representações ao longo da obra.

Uma história tantas vezes contada, mas apresentada de forma inusitada!
No entanto tocou-me pela magia das aparições, assim como pelos objetos que ganham vida de forma estrambótica!
E encantou a todo o público nos mínimos detalhes.

O cotidiano é risível?
Magistralmente mágico com jeitos e trejeitos aos trombos e desencontros, o que é tão simples como o cotidiano, é capaz de arrancar do mais carrancudo, do mais cabisbaixo, gargalhadas inesperadas!

Se não fosse a genética da atriz, poder-se-ia considerar toda essa ilusão uma loucura. Tudo é, no entanto, minuciosamente pensado, planejado, discutido, estudado e testado!
Trabalho de gênio, como não poderia deixar de ser.

Maria Clara Sanae.