23.9.09

Folhas soltas ao vento



A vida precisa ser repaginada
Já não sei onde começo e onde termino
Já não entendo meu inicio nem o desfecho de minha estória
As pessoas não tem acesso a minha quietude infinita
As dores existem, mas já não posso detectar sua raiz
A vista turva tenta entender os males
O teto é baixo estou enclausurada em meu ambiente
O quarto é amplo, fico nos extremos de mim mesma e não sei ao certo a direção
Vagando em direção ao nada.
O piso é movediço, logo meus dedos afundam meu corpo pesa e minhas pernas já se cobrem por inteiro
O silencio é grande, o mundo não devolve respostas
A cegueira é necessária, coisas que pressinto não precisam se manifestar
O grito é surdo e também ensurdecedor, quem é que ouve?
O som é mudo, os estrondos estão imersos e cravados no peito
O tato é nulo, é ausente é desnecessário, não me conduz não me seduz
O cheiro é ralo, o faro é propina
O tempo é curto e curta é a persistência de subsistir
O muro é duro, a cara é chata
O parto é dolorido, o corpo estremece
O fardo é meu e de mais ninguém, pois é intransferível...