23.6.08

O Casulo

As nuvens se desfazem se dissolvem, se dissipam.
O vilarejo e os corpos invisíveis,
Formam montanhas e ápices, montes e relvas sombrias.
Homens e mulheres de cartola sustentam.
Igrejas, casinhas e casarões.
Velas eletrônicas se transformam em postes luminosos.

Rodopio do coração reluzente
Vestido branco que rodopia.
Ela se entrosa com o lar, agarra sua casinha.
Ela se encontra desestruturada outra vez.
Busca sua mala e ameaça outra vez se mudar.

Repousa sua falta de estrutura no solo
Com sofreguidão estica o tapete branco paz,
O tecido desenha caminhos,
Pontes que ligam seu encontro destemido.
Ela caminha sobre suas angustias
E descarta qualquer possibilidade de reatar.
Arranca seu tapete branco e o lança com agressão.
Joga fora todas as possibilidades inversas e imersas nas mãos dele.

O belo cântico do adeus...
A cidade naufraga no centro do universo.
Ela observa com olhar evasivo o redemoinho negro que engole seu vilarejo.
Agarra forte sua casa
E num súbito despertar deixa sua casa afundar.
Ela também esvai para o abismo.
Seu próprio abismo.

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