25.7.08
O Silêncio de JULIA.
Silêncio de lagrimas.
Não gosto de te ver chorar,
Não gosto de sua carência exacerbada, mas entendo e compreendo.
Silenciar-se em seu quadrado me incomoda
Entristece-me, comove-me, mas me fortalece.
Seu silêncio é como o silencio de Hitler na prosa de Leminski.
“... silêncio ditado pelo medo
Pela tortura
Pela prisão
Pelo medo da prisão.
O silêncio do terror
O silêncio da censura
O silêncio da autocensura
O silêncio do medo
“Criado pelos que tem medo da historia.”
O silêncio do ventre.
Você deita na cama como se fosse um feto.
Encolhe-se toda, embrulhada em sua profunda reflexão e introspecção.
Abraça seu travesseiro como um bebe encolhido chupando o dedo no ventre da mãe.
Enlaço-te como se fosse meu filho, me encolho te recolho para meus braços.
Sinto sua respiração cansada e ofegante.
O silêncio dos Marajás.
Viajamos juntas pra Índia embaladas pelo sitarista Shankar,
Sentimos as aquarelas e geometrias das diversidades arquitetônicas
do complexo de Agra e dos Marajás em Jaipur.
Vimos Shiva montado na “mãe” vaca.
Ouvimos a voz de Gandhi lutando pelos seus ideais e pelos ideais de sua nação.
Historias essas extremadas da ordem ao caos.
Por fim você reencontrou seu equilíbrio momentaneamente.
Seu silêncio choroso e seu sorriso contido.
Embalou-me as mãos como um gesto benevolente e agradecido.
O silêncio que implora.
Seu silêncio representa toda a dor de não conseguir sair desse ciclo vicioso.
Seu silêncio diz pouco para os que não conhecem
Seu silêncio diz me diz muito:
Abrace-me, me beije, me afague.
Me de amor. Suplicas de amor constante.
Amor, sua linguagem de amor é simplesmente minha presença
E a qualidade de nosso tempo.
Seu silêncio me silencia outra vez.
Sua abstinência de medicamento
É como fogo selvagem, alastra-me as entranhas, é visceral.
Sua constante mudança de drogas
Ataca-me em palavras doloridas e penosas.
Quer saber? Nem ligo...
Odeio não conseguir te contagiar com toda alegria que tento transmitir
Logo me tranqüilizo, pois acredito que na vida e na alienação do individuo
O ser dormente alguma hora encontra a mensagem,
Encontra a historia e todas as respostas que inconscientemente busca,
Assim tranquilamente segue seu fluxo
percorrendo o caminho com mais serenidade e menos dor.
O silêncio da liberdade.
V...F...M...V...D...F...
I...I...I...I...E...I...
D...L...N...D.......L...
A...H...H...A.......H...
....A...A...........A...
D...
E...
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